Infelizmente um distúrbio que pode, em muitos casos, passar despercebido, é a dispraxia motora que é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta os movimentos do corpo.
Quando a criança sofre desse quadro clínico, quer dizer que as mensagens que o cérebro envia aos membros para executar movimentos cotidianos não chegam da forma planejada, comprometendo ações como andar, correr, se vestir, e afins.
A maior parte dos sintomas desse transtorno começa a se manifestar logo na infância, fase marcada pelo desenvolvimento e da coordenação motora — o que leva muitos adultos a acharem que uma criança que pode estar sofrendo dessa condição é apenas “desastrada”.
No entanto, esses sinais indicam a necessidade de intervenção de um profissional de saúde; mas quando saber que é só um atraso do desenvolvimento ou algo mais grave?
Para tirar todas as suas dúvidas, a equipe da Let’s Clínica preparou um conteúdo especial sobre o tema, para te informar sobre os principais pontos.
Acompanhe abaixo para saber tudo sobre dispraxia motora; boa leitura!
Afinal, o que é dispraxia motora?
Você provavelmente já deve ter ouvido falar do termo “Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação”, o CID — essa é outra nomenclatura para a dispraxia motora, tornando-os sinônimos.
Esse transtorno, que atende por ambos os nomes, é uma condição neural que faz com que a criança apresente dificuldade para coordenar os movimentos do corpo.
Acontece, basicamente, porque, quando o cérebro planeja um ato motor, ele envia uma mensagem ao corpo para desempenhar o movimento solicitado — e, nos casos de crianças com dispraxia, essa mensagem nem sempre chega da forma correta.
Assim, sem a coordenação prevista entre mente e corpo, os movimentos saem sem o direcionamento esperado, comprometendo algumas áreas e gerando atraso nas ações.
Quais os sintomas da dispraxia?
Os sinais que ajudam na identificação da dispraxia motora são variados, e não são regra para todas as crianças que sofrem desse transtorno.
Isso quer dizer que algumas podem apresentá-los; outras, não, ou não na mesma intensidade.
Alguns desses sinais e sintomas são:
- dificuldades na fala;
- problemas com orientação espacial;
- dificuldade para realizar movimento recíprocos, como andar de bicicleta ou alternar os pés na escada;
- dificuldades para organizar pensamentos e expressar ideias;
- dificuldades com ações como escrever, traçar retas e desenhar;
- problemas com a coordenação motora fina na hora de fechar zíperes ou abotoar botões, por exemplo;
- dificuldades para correr, realizando movimentos por vezes “desengonçados” ou dificuldade para participar de jogos com bola, por exemplo.
Quais são os tipos de dispraxia?
A dispraxia motora tem causas controversas, sem um direcionamento exato quanto ao que pode levar a essa condição clínica.
O fator genético é tido como uma das causas principais; no entanto, a hipóxia perinatal (diminuição da oxigenação cerebral durante o processo de nascimento) e também a prematuridade são considerados alguns dos causadores.
Ainda, a dispraxia influencia alguns aspectos relacionados a áreas do desenvolvimento humano; classificadas como tipos, vamos listá-las logo abaixo:
1. Motora
Aqui, a dispraxia afeta essencialmente a capacidade de coordenar os músculos.
A criança sente dificuldades em movimentos como andar, trocar de roupa, comer, e até apresentar lentidão para realizar movimentos.
2. Vocal
Em casos de dispraxia verbal, o desenvolvimento da fala é afetado, logo nos anos iniciais da vida da criança.
Aqui, estão envolvidas todas as questões motoras relacionadas a fala, além de dificuldades no desenvolvimento da linguagem, bem como déficit para se comunicar.
3. Postural
Quando a dispraxia motora recebe a classificação postural, ela determina que a criança sente dificuldades em manter uma postura correta.
Os movimentos do pequeno podem ser observados como sem fluidez, ou pouco ritmados, e a criança não consegue ter muito controle das próprias ações, sejam com os membros superiores ou com os inferiores.
4. Espacial
Por fim, as características principais da dispraxia motora espacial compreendem as dificuldades que a criança sofre de realizar movimentos com relação ao espaço.
Aqui, o pequeno acha mais trabalhoso entender o que é o seu corpo no ambiente que ocupa, bem como a distância dos objetos com relação a si mesmo.
Essas percepções de distância limitam os movimentos, causando uma lentidão para ações que não costuma ser observada em outras crianças que não sofrem com esse transtorno.
É importante destacar que, crianças com problemas de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação costumam se sentir incomodadas com atividades que envolvem o corpo, uma vez que percebe, que sentem maior dificuldade para realizá-las.
Ainda, essas crianças acabam ficando mais isoladas, já que não conseguem acompanhar o ritmo das demais crianças, ao preferir afastar-se por não conseguir ou esquivar-se para evitar frustrações — é por esses e outros motivos que o tratamento é fundamental.
Quais são os melhores tratamentos para dispraxia motora?
Assim que os pais começam a identificar sinais como os que descrevemos acima, é importante levar as considerações ao médico da criança que, nesse caso, é o pediatra do neurodesenvolvimento ou o fisioterapeuta neurofuncional, e, se diagnosticada a dispraxia, deve ser encaminhada ao especialista da área.
Inclusive, para o diagnóstico do quadro, a escala padrão ouro é o MABC-2, que avalia os movimentos da criança por meio de testes estudados e comprovados: a Let’s Clínica é uma das poucas clínicas do Brasil que realiza essa avaliação!
O tratamento consiste em acompanhamento contínuo, com o suporte de uma equipe multiprofissional, que envolve a terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia infantil, e demais profissionais aptos.
Qual a diferença entre dispraxia e apraxia?
Termos parecidos, é comum que pessoas fora da área confundam os significados de dispraxia e apraxia.
Como citamos ao longo do artigo, a dispraxia é a falta de movimentos coordenados, mesmo que a criança tenha o desejo de realizá-los.
Já a apraxia consiste em uma desordem de desenvolvimento, mas adquirida em idade mais avançada, ou seja, não depende de um fator genético, nem incide no nascimento.
Em casos de apraxia, a capacidade de execução de habilidades motoras foi aprendida, mas por algum motivo está perdida, mesmo que a pessoa sinta vontade e tenha força para desempenhar os movimentos em questão.
Conclusão
No artigo de hoje, você conferiu do que se trata a dispraxia motora, seu sinônimo Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação, e quais os tratamentos disponíveis para acompanhar e tratar esse transtorno do neurodesenvolvimento.
O diagnóstico assertivo, e logo nos sinais iniciais, é fundamental para garantir à criança mais autonomia em suas atividades, bem como um crescimento saudável.
Para mais dicas e informações, acesse o blog da Let’s Clínica.